De 4 de Junho a 15 de Junho esteve em exposição nos Paços do Concelho da Câmara Municipal do Barreiro, dois trabalhos meus no âmbito do projeto "Noutros Lugares" - Projeto "Oficina Saramago "Barreiro/Moita.
Na altura que me foi solicitada a participação neste projeto, por fazer parte da Artesfera (pertenço à Direcção) lembrei-me dos Paços do Concelho como espaço público de exposição e pensei que seria uma oportunidade de chamar a atenção do público para a obra política de Saramago. Deste modo e tendo em conta a situação atual que se vive no país, lembrei-me de fazer o meu trabalho sobre o "Ensaio sobre a Lucidez".
Esta obra de Saramago pretende retratar uma sociedade em que as pessoas deixam de acreditar no sistema político existente, e por isso votam maioritariamente em branco. Essa situação leva os governantes a procurarem um culpado, a organização por detrás dos votos em branco, como se tal existisse, e não à resolução do problema, ou seja, que seria a reflexão sobre a sua forma de governar e o que teria levado os eleitores a votarem assim.
Com isso as pessoas que viviam naquela capital "democrática" passaram a ser inimigos e traidores, perderam direitos e liberdades, foram perseguidos apenas porque estavam descontentes e resolveram usar um direito seu que é votar em branco.
Surge um comissário de policia, mandado pelo ministério, que vai procurar os culpados de entre os protagonistas do "ensaio sobre a cegueira" ( obra de Saramago anterior a esta que o autor pretendeu dar continuidade) porque desconfiam que a mulher que não ficou cega é a culpada e organizadora desse movimento do voto em branco. No decorrer da investigação o comissário não vê ligação e não quer incriminar a mulher. Mas o governo que detêm o controle dos media manda publicar uma foto da mulher para a incriminar, porque o objectivo era encontrar um culpado. O comissário tenta desmentir essa noticia pedindo a publicação de um texto seu com o seguinte título " Que mais nos falta saber" . Esta notícia consegue passar a censura mas depois quando o estado se apercebe que afinal a noticia tinha informação importante e que não devia passar para o povo, manda retirar os jornais. O comissário fica a pensar que a sua atitude não tinha resolvido nada, mas de um momento para o outro, sem se ver nenhuma organização, começam a chover papeis com a fotocopia da noticia...
Foi isso que tentei retratar nos 2 painéis que fiz. E aqui estão eles:
Surge um comissário de policia, mandado pelo ministério, que vai procurar os culpados de entre os protagonistas do "ensaio sobre a cegueira" ( obra de Saramago anterior a esta que o autor pretendeu dar continuidade) porque desconfiam que a mulher que não ficou cega é a culpada e organizadora desse movimento do voto em branco. No decorrer da investigação o comissário não vê ligação e não quer incriminar a mulher. Mas o governo que detêm o controle dos media manda publicar uma foto da mulher para a incriminar, porque o objectivo era encontrar um culpado. O comissário tenta desmentir essa noticia pedindo a publicação de um texto seu com o seguinte título " Que mais nos falta saber" . Esta notícia consegue passar a censura mas depois quando o estado se apercebe que afinal a noticia tinha informação importante e que não devia passar para o povo, manda retirar os jornais. O comissário fica a pensar que a sua atitude não tinha resolvido nada, mas de um momento para o outro, sem se ver nenhuma organização, começam a chover papeis com a fotocopia da noticia...
Foi isso que tentei retratar nos 2 painéis que fiz. E aqui estão eles:
"Reflexões I "; painel 50x 68 cm, técnica mista sobre papel aguarela, Maio 2012
"Reflexões II" - Painel 50x68 cm, técnica mista sobre papel aguarela, Maio 2012
Os paineis em exposição nos Paços do Concelho da Câmara Municipal do Barreiro
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